sábado, 13 de dezembro de 2008

Nefelibata / A Sopa e as Nuvens


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Sonheteiro nefelibata na varanda
contemplo nuvens do impalpável

Flibusteiro da fragata argonauta
vejo longarina vida singrando

Timoneiro da tormenta solerte
fito porto da morte de soslaio

Sinaleiro Juno do arrebol ausente
olho mundo como nuvem de maio

A Sopa e as Nuvens ( Charles Baudelaire )

A louca de minha amada me dava de jantar, e pela janela aberta da sala de refeições eu contemplava as movediças construções que Deus faz com as nuvens, as maravilhosas construções do impalpável. e dizia, comigo, através da minha contemplação: "Todas estas fantasmagorias são quase tão belas quanto os olhos de minha amada, a pequena louca monstruosa de olhos verdes."

De súbito senti um violento murro nas costas e ouvi uma voz rouca e encantadora, uma voz histérica, e como enrouquecida pela aguardente, a voz de minha querida bem-amada, que me dizia:

- Trata de tomar a sua sopa, seu maluco, mercador de nuvens!

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