terça-feira, 1 de abril de 2008

FRANK ZAPPA AND MOTHERS OF INVENTIONS

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Os Mothers Of Inventions e Frank Zappa nunca tiveram a simpatia da mídia americana para divulgar seus discos mesmo no auge do som de São Francisco (Doors, Love, Captain Beefheart). Eles sempre contaram com um público consciente, social e politicamente em sua totalidade. Um público comprometido, frente ao qual nem precisava mais falar da autenticidade de sua obra, pois podia sentir no seu âmago, aquilo que Zappa se dispunha a fazer. Freak Out, o primeiro álbum da banda, se situa dentro de um sistema de seleção artificial, unindo diversos fragmentos com sínteses políticos-sociais, e representou uma música experimental e vanguardista, com influências de Stravinsky, Stockhausen, John Coltrane e principalmente Edgar Varèse. Havia certa imbricação no underground lisérsico de Timothy Leary: Turn on, Tune in, drop out. Em Freak Out (Esbofeteia-os), tem a canção Brown shoes don’t make it. Zappa a utiliza para pôr a descoberto a íntima conexão entre política e sexo. Sapatos castanhos não são tudo. Há um funcionário público e uma prostituta por entre jogos amorosos. Mais tarde quando apareceu Lumpy Gravy, Zappa mostra outras influências musicais convenientemente mescladas com coros infantis, reclames de vendedores de mercado e cruas orgias de rock, tudo isso distorcido com efeitos eletrônicos até a exaustão, à quase inintelegibilidade. Joe’s Garage é, segundo Fábio Massari (em ZAPPA – Detritos Cósmicos. Conrad Editora. São Paulo, 2007), “uma emocionante balada distópica de Frank Zappa e seus cometas. Uma babel de assuntos quentes por (re)descobrir/explorar e uma galáxia de bons sons de fora do tempo, de todos os tempos”. Como esse papo é longo e a flor da pele, vou ficando por aqui para ouvir Zott Allures. Viva Zappa e as mães das invenções.

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