terça-feira, 19 de fevereiro de 2008


Fernando Botero
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BOLERO EM NOITE CINZA

José Edson dos Santos

Na noite cinza
um bolero de soleira
notívagos e corações solitários
vestem angústias e divagam
nos labirintos da cidade

A grande putona da megalomania
bebe e bufa fuligens de ócio
Benvenido Granda solfeja nos mictórios

Arcanjos pederastas
ironizam o desenlace da concubina cocainômona
e aguardam ansiosos
mancebos imberbes
para acariciarem o pomo de adão
da solidão cinza
com seus boleros de perfídia
e sordidez

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