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Noturno sem andorinha
Da janela do apê
fumego o souza câncer
indiferente
vejo a Asa Norte
anoitecer estrelada
Roteiro underground dos meninos
entrequadras
ventres adolescentes
ratos emaconhados &
junkies de latrinas
Titubeante o telefone toca
e não é a marvada de tristeresina
mas fatalmente
dá para ouvir
o trombone do Zeca
entrecortando alguma coisa
do Raul de Souza
como se a noite fosse
um vestido velho
sujo e rasgado a esconder
os pentelhos crespos
da criatura amada
Noctâmbulos com partitura erótica
fumego o souza câncer
indiferente
vejo a Asa Norte
anoitecer estrelada
Roteiro underground dos meninos
entrequadras
ventres adolescentes
ratos emaconhados &
junkies de latrinas
Titubeante o telefone toca
e não é a marvada de tristeresina
mas fatalmente
dá para ouvir
o trombone do Zeca
entrecortando alguma coisa
do Raul de Souza
como se a noite fosse
um vestido velho
sujo e rasgado a esconder
os pentelhos crespos
da criatura amada
Noctâmbulos com partitura erótica
No umbral do teu dorso
desenho a noite mais notívaga
antecedendo plenilúnios e orgasmos
Acendo estrelas e neons
entre centelhas de virilhas e pentelhos
para iluminar a cidade e seu desvario
Alhures o solo de bandônion
acorda o desejo urdido
feito veneno na madrugada
Louca a engendrar a arquitetura
onde poetas, ventríloquos e saltimbancos
procuraram a quintessência do ser e do tempo
Bebo os sentidos da paixão
como se fosse rito de passagem
incendiando a paisagem da city sitiada
Contorno gestos lânguidos com sofreguidão
tamborilando o alabastro da manhã
ouvindo vestuta sanfona que sobe a escada
Algum pássaro solfeja um canto perdido
quando o corpo de Orfeu cansado
quieto queda em um lençol de vertigem
Meu poetílico pássaro pirado jasmim
desenho a noite mais notívaga
antecedendo plenilúnios e orgasmos
Acendo estrelas e neons
entre centelhas de virilhas e pentelhos
para iluminar a cidade e seu desvario
Alhures o solo de bandônion
acorda o desejo urdido
feito veneno na madrugada
Louca a engendrar a arquitetura
onde poetas, ventríloquos e saltimbancos
procuraram a quintessência do ser e do tempo
Bebo os sentidos da paixão
como se fosse rito de passagem
incendiando a paisagem da city sitiada
Contorno gestos lânguidos com sofreguidão
tamborilando o alabastro da manhã
ouvindo vestuta sanfona que sobe a escada
Algum pássaro solfeja um canto perdido
quando o corpo de Orfeu cansado
quieto queda em um lençol de vertigem
Meu poetílico pássaro pirado jasmim
Indiferente e pálido
olhou a clarabóia aberta
sorrateiro penetrou
como sombra de jibóia e poeta
revelando o jeito forasteiro e rápido
de esconder suas mágoas
Nunca entrou numa de bater na porta
prefere a emergência da madrugada
e a mania dialética de entrar
sem pedir arenga
Enruste a mágoa pelo interfone
por trás do verso perverso
dizendo beber a mesma água de onça
para saciar sua ânsia felina
Restou um gosto barroco e amargo na boca
dor amor dissabor rancor
passeio de rimas pobres
pela persiana de recuerdos
Nenhuma rima rica nem soneto ranheta
para redimir a perda do sonho
a condição sonheteira das imagens
Palavras são parábolas
Ficar cada vez mais
bêbado bosta pelo avesso
sufoca o Bukowski dionisíaco
que habita torto o porto inseguro
de seu coração selvagem
onde blasfema bastardos e bardos
que silenciam em conflitos e medos
Indiferente e pálido
olhou a sombra do poema esvair
com um cheiro leve de jasmim
Escutou o jazz imaginário do dilema
seguindo trilha de duendes e cogumelos
quando a cotovia cantou
acabou a cannabis e a madrugada
Indiferente pálido e triste
evidenciou a madrugada no rabo
deu sua risada calhorda e cínica
mandando tudo as picas
até o que de mais poético existe
no seu jeito de ver a aurora
pelo espelho provisório da vida
olhou a clarabóia aberta
sorrateiro penetrou
como sombra de jibóia e poeta
revelando o jeito forasteiro e rápido
de esconder suas mágoas
Nunca entrou numa de bater na porta
prefere a emergência da madrugada
e a mania dialética de entrar
sem pedir arenga
Enruste a mágoa pelo interfone
por trás do verso perverso
dizendo beber a mesma água de onça
para saciar sua ânsia felina
Restou um gosto barroco e amargo na boca
dor amor dissabor rancor
passeio de rimas pobres
pela persiana de recuerdos
Nenhuma rima rica nem soneto ranheta
para redimir a perda do sonho
a condição sonheteira das imagens
Palavras são parábolas
Ficar cada vez mais
bêbado bosta pelo avesso
sufoca o Bukowski dionisíaco
que habita torto o porto inseguro
de seu coração selvagem
onde blasfema bastardos e bardos
que silenciam em conflitos e medos
Indiferente e pálido
olhou a sombra do poema esvair
com um cheiro leve de jasmim
Escutou o jazz imaginário do dilema
seguindo trilha de duendes e cogumelos
quando a cotovia cantou
acabou a cannabis e a madrugada
Indiferente pálido e triste
evidenciou a madrugada no rabo
deu sua risada calhorda e cínica
mandando tudo as picas
até o que de mais poético existe
no seu jeito de ver a aurora
pelo espelho provisório da vida
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