sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Antonio Juraci Siqueira


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Antonio Juraci Siqueira nasceu em 28 de Outubro de 1948 em Cajary, município de Afuá no Pará, onde, ainda menino, descobriu a literatura através dos folhetos de cordel. Aos 16 anos mudou-se para Macapá (AP) onde casou-se, prestou serviço militar e concluiu os estudos de segundo grau. Em 1976 mudou-se para Belém graduando-se em Filosofia em 1983 pela UFPa. Pertence a várias entidades lítero-culturais, entre estas a União Brasileira de Trovadores, a Malta de Poetas Folhas & Ervas, a Academia Brasileira de Trova e o Centro Paraense de Estudos do Folclore. Atua como oficineiro, performista, contador de histórias e publicou mais de 60 títulos individuais entre folhetos de cordel, livros de poesias, contos, crônicas, histórias humorísticas e versos picantes. Colabora com jornais, revistas e boletins culturais de Belém e de outras localidades e conta com mais de 200 premiações em concursos literários em vários gêneros, em âmbito nacional e local. juraci_siqueira@yahoo.com.br

Coruja

Com um par de olhos enormes

que a todos chama atenção

a coruja não diz nada

mas como presta atenção!


Por isso na antiguidade

ganhou fama e, hoje em dia,

sua imagem representa

nossa vã Filosofia.


Mas não a tema, amiguinho,

ela é mansinha, asseguro;

só possui os olhos grandes

para ver melhor no escuro.


Bem-Te-Vi

Bem-te-vi, para teu bem

( passarinho tagarela )

não vai dizer a ninguém

que eu roubei um beijo dela!


Do contrário, ó linguarudo,

em revide ao que sofri,

falarei à tua amada

o que sei, também, de ti!


Onça Pintada
- Onça pintada,

quem te pintou?

As tuas pintas

são bonitas!...

Quem desenhou?


Será que foi

o Jurupari?

Foi Salvador

daqui ou dali?


Queria tanto

brincar contigo

pelas calçadas

mas essas garras

tão...afiadas!


Queria dar-te

um buquê de rosas

mas essas presas

tão...poderosas!...


Melhor será

pra mim e pra ti

que vivas livre

longe daqui!


Prefiro mesmo

ver-te pintada

e emoldurada

numa parede

do que vivinha

rosnando perto

da minha rede!...


Tracajá

- Olha só quem vem chegando,

nadando de lá pra cá:

a tartaruga cabocla

minha amiga tracajá.


Adora ficar na praia

tomando banho de sol

com sua casa nas costas

à moda do caracol.


Bota seus ovos na areia

mas alto lá, meu irmão,

não vá querer fazer deles,

suculenta refeição!


Mucura

Mucura branca

cara-de-pau

roubou galinha

do meu quintal.


Depressa trata

de dar no pé

senão te prendo

no meu mundé!


Se ponho as mãos

em ti, ó finória,

dou-te uma pisa

de palmatória!
( poemas do livro Paca, Tatu, Cutia Não! premiado pela Secretaria de Cultura de Belém/PA. Edital de Literatuta Infanto Juvenil Imagina Só! Belém/PA, Maio de 2008. )

Um comentário:

Ed Pessoato disse...

Salve o Zé e o Antonio
perfeita sintonia poética
De Belém a Brasília
salve o poder da dialética