domingo, 16 de março de 2008



O artista cisma
que é marginal
mas não sabe
que o que lhe cabe
é o maior problema
de ser um Mandarim do sistema
líder antena
igual
talvez abaixo (eu acho)
apenas do cientista
na verdadeira lista
de importância
na sociedade da suprema ânsia
de ganância e extravagância
onde o cruel é o mel e a fragrância
e o terrível já começa na infância
o bebê nasce no hospital onde tem uma ambulância
a multidão te viu
na tevê
que te vê
e te viu
na Ti, vi
que é Tevê
em inglês
que todos nós
a esmo mesmo na escassez
se vê, não vê?
E que te antevê
e te fez tudo saber
ainda como bebê
ou até mesmo antes de nascer
sem saber raciocinar
ou aquela coisa
de escrever e ler
Bê! bê! bê!

Sirene da Ambulância
Jorge Mautner

Pela noite ela avança
com seu gemido de criança
vem como uma ponta de lança
é a sirene da ambulância
levando meu coração
narcotizado pro hospital da esperança!

“E a noite de verão caiu como se fosse
um doente narcotizado em cima da cama
de um hospital.” (T.S.Elliot)

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