Duas estradas num bosque amarelo divergem:
triste por não poder seguir as duas
sendo um só viajante, muito tempo parei
olhando uma delas, até onde podia alcançar,
pois atrás das moitas ela dobrava.
Então tomei a outra que me pareceu de igual beleza,
uma vantagem talvez oferecendo
por ser cheia de grama, querendo ser pisada:
embora neste ponto o estado fôsse o mesmo
e uma, como a outra, tivesse sido usada.
E naquela manhã todas as duas tinham
folhas ainda não escurecidas pelos passos.
Ora! Guardei a primeira para um outro dia!
Mas sabendo como uma estrada leva a outra,
duvidei poder um dia voltar!
Contarei esta estória suspirando,
daqui a séculos e séculos em algum outro lugar:
duas estradas, num bosque, divergiam
e eu tomei a que era menos frequentada
e foi isso a razão de toda a diferença!
Nossa Posse do Planeta
Pedimos chuva. Não houve relâmpago nem trovão.
Não houve um vendaval. Não houve incompreensão
nem nos deram mais do que pediramos
e só por havermos a chuva pedido
não nos castigaram com enchentes e calamidades
ganhamos, isso sim, um bom aguaceiro.
Que pudemos então p'ras sementes usar.
E depois veio outro, e depois outro ainda,
para o solo esponjoso bem fértil tornar.
Podemos duvidar da justa proporção entre o bem e o mau.
Na natureza há muito contra nós, mas há o que esquecemos:
se tomarmos a natureza como é desde o início dos tempos
incluindo o ser humano, na paz e na guerra,
veremos haver algo bom a favor dos homens,
talvez uma fração de um por cento pelo menos;
ou o número dos vivos não viria crescendo sempre
nem nossa posse do planeta teria aumentado tanto.
(pt.wikipedia.org/wiki/Robert_Frost)
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