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Como hipnotizar anzóis no tempo
Enfeitice
peões de mulheres
fantasiadas de nós
em chuvas
musicadas ao avesso.
Trance
o destino
bem acima
da última curva
dos ventos.
Liberte
o tropel de
tangos
das vertigens
adormecidas
em sonetos.
E por último
faça um agrado
como um sopro divino,
aos ogros verdes
da saudade.
Se tudo
resultar em nada
descanse os olhos
nas estrelas
aliviadas de brilho
sem respostas.
Jardim dos elos
Tento contar quantas
(tantas) borboletas
há em você.
Inquietas,
de cores extintas
sem sensores.
Mas aí, vêm seus grilos
de ressaca de breu
- não se calam,
(me confundem).
E há também libélulas,
a emudecer o silêncio
dos grilos com voz
de reticências,
pétalas.
Existe você
castelo de torre,
espera.
No calabouço, serpente,
botes de palavras.
Palavras...
Não sei contar
grilos,
borboletas,
libélulas.
Mas aprecio
o mistério da
dança das asas
sem norte.
Mural dos deuses
Neste nenhum
trocadilho da alma
há insônia de Baco.
Há o profano em
células,
cume de ossos,
em câncer,
trópicos.
O eterno na esquina,
no tráfego das mãos,
na romaria de dúvidas.
O fogo de cupim:
no celebro e sexo.
Há babas no mar
em despedidas de trovões
ressaca de barcos
no veludo de vozes.
O humano a se render.
Nos homens, a morte
imersa na arte.
Léxico dos deuses
Sopro com sede
No inferno.
Nos homens,
a pitada da ironia:
ser divino em pele de fungos,
em bactérias de dor,
em cascas do tempo.
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