sexta-feira, 25 de julho de 2008

Eber birthday



Bruce Willis de Van Gogh

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Eber

José Edson dos Santos


Como perceber esse lobo bobo dos quarenta?

Como não enquadrar a lupa da sugesta
na alcatéia da Buena Vista Mallatesta?

Desarvorar na lente notívaga em dia de festa
Certamente uivando cerveja de seresta

A noite sutil perdoa quem não presta
na floresta midiática de ser a sua orquestra

Perceber
Eber
na foto do lobo que ostenta
algum vacilo algum cacoete

Depois disso tudo o farolete dos anos na testa
Onde dorme na indigesta ilharga a sonsa do falsete?

Brasília caliandra astigmática do poente cerrado
Licor de pequi para curar o porre que ficou no Conic


Se para o bom entendedor esse toque
não bate com teu roque

Entra numas
Eber

quarta-feira, 23 de julho de 2008

terça-feira, 22 de julho de 2008

Dois Poemas de Antonio Barreto



Salvador Dali, A Persistência da Memória

Antonio Barreto (Antonio de Pádua Barreto Carvalho) nasceu em Passos (MG) em 13 de junho de 1954. Reside em Belo Horizonte desde 1973. Morou também em algumas cidades do Oriente Médio, onde trabalhou como projetista de Engenharia Civil, na construção de estradas, pontes e ferrovias. Tem vários prêmios nacionais e internacionais de literatura, para obras inéditas e publicadas, nos gêneros: poesia, conto, romance e literatura infanto-juvenil. Participa também de várias antologias nacionais e estrangeiras de poesia e contos. Foi redator do Suplemento Literário do Minas Gerais, articulista e cronista do jornal Estado de Minas e da revista “Morada” (BH). Colabora com textos críticos, poemas e artigos de opinião para “El Clarín” (Buenos Aires), “Ror” (Barcelona); “Zidcht” (Frankfurt), “Somam” (Bruxelas); ” : e outros periódicos. Atualmente coordena a Coleção “Para Ler o Mundo”, da Formato Editori.

COQUETEL MOLOTOV
(Receita Caseira Para Laboratórios Etílicos-Literários & Outros Movimentos Afins)
1. GARRAFA:
Pra fabricar um sonho
de mais valia
sentar na mesa
e pedir a dose
(No overnight da Poesia
uma garrafa é muito pouco
mas resolve)
2. GASOLINA:
Abastecer de outra
no bar da esquina
Encher o tanque
enquanto pode
(A saltitante bailarina
só tem corda
até as nove)
3. ROLHA:
Pra calar a boca
numa farra
fechar o tempo
enquanto chove
(Nessa falta de futuro
a touca amassa
e a massa dorme)
4. PAVIO:
Na cabeça a rolha
tem um furo
o mundo gira
e não se move
(Se a coisa toda
for na marra
a barra é suja
mas envolve)
5. FOGO:
Aí o tempo vira um tanque
e você chora: I love! I love!
A Bomba Humana pira o punk
que trinca os dentes
num serrote
(Se a ressaca então
for transmutante:
Sal de Frutas com Engov.
O sal saliva, a língua assa
e frisa o verso mais picante)
6. EXPLOSÃO:
A vida passa, a moda muda
e o palco aos poucos
descortina
O barulho ajuda
na fumaça
que saltar
da lamparina)
7. POSOLOGIA:
Evacuar uma só nota
a cada dia dezenove
que um soneto não se arrota
se consome se comove


POÊMIOS

Os poêmios bebem a noite inteira
e eruditos sobre a mesa
arrotam odes a Herodes
e nênias a Homero e Nero
Quando já cansados de lero-lero
e exaustos de tangar boleros
e sonâmbulos de sambar requebros
os poêmios se recolhem pelos
escuros becos alexandrinos
E assim se vão como bons meninos
a poemar
os prêmios de seus destinos
até que a noite tire do bolso o dia
E a poemada toda em algaravia
pára no caminho pra comer bombom
onde justamente outro poêmio dorme
como a pedra enorme de Drummond